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Apaixonado por educação, psicologia e transformação do ambiente escolar, saiba quem é Mário Augusto Almeida, diretor de Diversidade e Inclusão da Seduc

03/05/2024 14h52 - Autor: Fernanda Cavalcante (Ascom Seduc) 1584 visualizações
Foto: Apaixonado por educação, psicologia e transformação do ambiente escolar, saiba quem é Mário Augusto Almeida, diretor de Diversidade e Inclusão da Seduc
Apaixonado por educação, psicologia e transformação do ambiente escolar, saiba quem é Mário Augusto Almeida, diretor de Diversidade e Inclusão da Seduc

A Secretaria de Estado de Educação do Pará (Seduc) trabalha pela qualidade do ensino e para que todos tenham acesso à educação com políticas públicas no âmbito educacional. Para fortalecer o ensino-aprendizagem, valorizar a comunidade escolar e melhorar a estrutura das escolas, a Seduc conta com projetos, ações, setores e colaboradores qualificados para alcançar bons resultados, como por exemplo, Mário Augusto Almeida, que está a frente da Diretoria de Diversidade e Inclusão (DDI).

Nascido em Itaquera, Zona Leste de São Paulo, Mário Augusto, 52 anos, trabalha com educação há 31 anos. Aos 15 anos de idade, estudou magistério. Aos 17, começou a estudar psicologia e, aos 18 anos, foi aprovado no Concurso Público para Professor no Estado de São Paulo. Homem negro, de pele preta, vindo de família humilde, Mário sempre soube que queria exercer as duas profissões. “Eu me auto alfabetizei, aprendi a ler sozinho, em casa. Aos cinco anos de idade, lembro que minha mãe estava lavando roupa, eu cheguei com a revista do Cascão, e falei assim: ‘olha mãe, o Cascão está falando isso’ e ela não acreditou que eu estava entendendo as palavras e quando ela reparou, ficou surpresa e falou assim: ‘mas como é que você aprendeu a ler?’. Eu não tinha tido contato com a escola ainda, eu tive contato com a escola na primeira série, eu não fiz a pré escola. Quando entrei na escola, aos seis anos, eu já sabia ler e escrever. Lembro que minha mãe perguntava o que eu queria ser quando crescesse e eu dizia que queria ser professor e psicólogo, na época não se falava muito disso”, conta.

Ao cursar psicologia na Universidade de Guarulhos (UNG), em São Paulo, Mário se encantou por Freud e, até os dias atuais, se encanta com as habilidades humanas e humanizadoras. Em 2020, assumiu o Programa de Melhoria da Convivência e Proteção Escolar (Conviva SP) e desenvolveu, junto a uma equipe multiprofissional, um trabalho de acolhimento e de segurança escolar. Antes de se tornar o atual diretor de Diversidade e Inclusão (DDI) da Seduc, Mário esteve à frente da Assessoria de Convivência Educacional da secretaria, como coordenador do setor, que tem como princípios o fomento da educação antirracista, enfrentamento às violências contra meninas e mulheres e de gênero, educação em saúde mental e a implementação da justiça restaurativa para que as escolas estaduais sejam um ambiente acolhedor, inclusivo, seguro e propositivo.

À frente de trabalhos importantes para a melhoria do ambiente escolar, como por exemplo, o Programa Escola Segura, Mário Augusto explica as expectativas para os novos desafios que a DDI vai proporcionar. “Na Assessoria de Convivência, as agendas que eu trabalhava não são diferentes das coordenadorias que tenho. A questão é que eu olhava a agenda da Assessoria de Convivência do ponto de vista de cuidado do que não deu certo, por exemplo, se o professor foi racista, é algo que não deu certo. Agora a gente tem com quem falar: ‘olha, Coordenadoria de Educação para a Promoção da Igualdade Racial (Copir), ajuda nessa formação desse professor. Vamos cuidar desse professor para que ele não seja mais racista?’. Então a gente tem o começo, o meio e o fim. Por exemplo, se um aluno bateu no outro, se o aluno praticou bullying contra outro aluno, a gente tem como cuidar. Vamos levar para a educação antirracista? Porque o funcionamento do bullying, embora não seja racismo (e racismo não é bullying e isso tem que ficar muito evidente), o processo sistêmico é o mesmo. Em que um se sobrepõe ao outro. Então, nós temos como fazer formação para isso. Isso tem que estar nos currículos, em todas as matrizes curriculares, tem que estar no senso comum, tem que estar no currículo”, destaca.

Para o professor e psicólogo, o maior aprendizado é saber que todo o esforço valeu a pena. “Está chegando o fim da carreira e eu já começo a contagem regressiva. Mas digo que o educador sempre vai ser educador, independentemente de onde esteja, ele é um educador. Eu acredito que eu posso olhar para trás e dizer: ‘ valeu a pena!’. Esse é o maior aprendizado que eu tenho, é saber que eu ouvi relatos lá de São Paulo, aqui no Pará. O fato de eu passar pelas pessoas e ter contribuído um pouquinho para que elas tenham se tornado um pouquinho melhor do que ela se vê agora, para mim já valeu a pena. Porque as pessoas fazem isso comigo e eu digo para elas: ’seu esforço já valeu a pena’”, diz.

Grande apaixonado pela educação e pelas pessoas, Mário Augusto Almeida acredita que o reconhecimento dos povos negros e indígenas como protagonistas históricos da construção do país, bem como o enfrentamento do racismo, seja a chave para alcançar a real democracia. Além disso, atualmente, o diretor de Diversidade e Inclusão da Seduc é um apaixonado pela literatura negra e indígena e ama conversar sobre suas leituras e saberes ancestrais.