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'Classe Hospitalar' do Oncológico Infantil ajuda no tratamento de crianças

28/02/2024 11h25 - Autor: Giovanna Abreu (SECOM) 269 visualizações
Foto: 'Classe Hospitalar' do Oncológico Infantil ajuda no tratamento de crianças
Foto: Divulgação

Acompanhamento educacional em ambiente hospitalar e domiciliar reflete o compromisso estadual com a educação inclusiva e o avanço da escolarização

Há mais de cinco anos, o adolescente Nilson Marques faz tratamento no Hospital Oncológico Infantil Otávio lobo (Hoiol), por conta do diagnóstico de linfoma, um tipo de câncer que afeta os linfócitos, células responsáveis por proteger o corpo de infecções. Após ter superado uma recaída da doença, Nilson voltou a frequentar as aulas do Programa “Classe Hospitalar”, no Hospital e conta, com alegria, a importância desse recomeço. 

“Como a gente não pode ir para uma sala de aula convencional, por conta da aglomeração, poder contar com um espaço confortável e que a gente sinta bem-estar ao aprender é muito importante. Os dias de aula são os mais legais. Todo mundo é uma família aqui, um dá força para o outro, conselhos e, nós, alunos, somos incentivados a seguir a nossa luta, mesmo que não seja fácil”, relata Nilson, que está no 9º ano escolar da Classe Hospitalar Professor Roberto França, no Hoiol.

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Comprometido com o acompanhamento educacional, tanto em ambiente hospitalar, quanto domiciliar, o Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado de Educação (Seduc), atua de forma estratégica para fortalecer a educação inclusiva de crianças e adolescentes que estão em tratamento contra o câncer e outras doenças, com o objetivo de dar continuidade do processo de escolarização e evitando a evasão escolar. 

O programa contempla em média, 320 alunos por mês nos espaços da rede pública estadual de saúde, como o Hospital Metropolitano de Urgência e Emergência (HMUE), a Unidade Especial Abrigo João Paulo II (UEJPII), a Fundação Hospital de Clínicas Gaspar Viana (FHCGV), a Fundação Santa Casa de Misericórdia do Pará (FSCMPA), o Hospital Universitário João de Barros Barreto (HUJBB), a Fundação Centro de Hemoterapia e Hematologia do Pará (HEMOPA), além do atendimento domiciliar na capital e no interior do estado.  

“Nosso objetivo é que crianças e adolescentes que estão em tratamento contra o câncer, continuem se desenvolvendo na vida escolar. Para isso, há uma parceria entre a saúde e a educação, que traz os professores para dentro do ambiente hospitalar, seguindo todas as normas e diretrizes da Seduc. Diante disso, observamos que as aulas funcionam como incentivo para os pacientes, que, ao retornarem às atividades, curados, poderão seguir com os estudos. Eles participam das aulas aqui na sala ou recebem os professores em seus leitos com um sorriso no rosto, animados para encontrar os colegas, fazer avaliações, deveres de casa. É muito importante para o desenvolvimento deles”, pontua Eliana Celino coordenadora do programa, que contempla alunos do 1º ano do Ensino Fundamental até o 3° ano do Ensino Médio.

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A coordenadora do Núcleo de Educação Permanente do Hoiol, Natacha Cardoso, ressalta que a Classe Hospitalar ratifica o direito legal de crianças e adolescentes quanto a escolarização e a continuidade de ensino. “A criança já está em uma condição clínica que por si só, já é difícil para a família, que é o tratamento oncológico, muitas vezes, por um longo período, então a classe escolar nos permite trazer a esperança, a vida para a retomada desse aluno. Isso representa uma injeção de ânimo e a gente sabe que o terapêutico também vai além, a clínica ampliada, que é uma das diretrizes da humanização, vai além do tratamento ou por medicamento pelo profissional de assistência, mas engloba toda uma rede de apoio, inclusive a escola”, destaca. 

A avó da paciente Ana Caroliny, Maria do Socorro Jastes, celebra a retomada da neta nos estudos, após um período difícil que a adolescente enfrentou, junto com a família. Em 2011, Ana Caroliny foi diagnosticada com craniofaringioma, um tipo raro de tumor cerebral e, em 2021 teve uma intercorrência, ficou 51 dias internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e apresentou sequelas, após a alta, como a paralisia do lado esquerdo do corpo. 

“Foi 1 ano e 7 meses na cadeira de rodas, quimioterapia e agora ver ela bem melhor retomando os estudos, após dois anos, me deixa sem palavras. Antes das intercorrências, ela gostava muito de estudar, de ir para a escola. Nos últimos anos, tentei alguns professores particulares, mas não se compara a ela poder estar em uma classe, com toda a estrutura, com coleguinhas estudando juntos. Ela tá com mais autonomia, mais alegre e interativa. É uma experiência muito boa e com acompanhamento mais que especial”, comenta Maria do Socorro.

CLASSEPara os alunos internados por período superior a 60 dias, é assegurada a matrícula dele na Escola Estadual Barão do Rio Branco, com avaliações vinculadas ao calendário letivo da Seduc. E para aqueles estudantes atendidos em ambulatório ou por período inferior a 60 dias, as aulas na classe hospitalar assumem caráter de complementariedade, já que são planejadas e desenvolvidas a partir da matriz curricular das escolas comuns.