Seduc celebra 1 ano da maior política de educação ambiental do Brasil
Evento contou com exposição das principais ações ambientais desenvolvidas pelas escolas estaduais e da mostra 'Sementes da Esperança e Ação
Na dianteira das discussões ambientais, o governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado de Educação do Pará (Seduc), celebra, em evento realizado, nesta quarta-feira (5), um ano de implementação da Política Pública para Educação Ambiental, Sustentabilidade e Clima, a maior iniciativa do Brasil, que conta, inclusive, com o componente curricular de Educação Ambiental ofertado de forma obrigatória para todas as etapas de ensino da rede estadual paraense.
A cerimônia realizada no auditório da Seduc, em Belém, contou com estandes de exposição de ações das escolas estaduais e de parceiros, além da abertura da mostra internacional “Sementes da Esperança e Ação” em parceria com Soka Gakkai Internacional e Carta da Terra Internacional.
Em parceria com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), a Seduc ainda lançou dois guias e podcasts dedicados para contribuir com a alfabetização ambiental e discussão com jovens nas escolas sobre mudanças climáticas, a iniciativa ainda conta com o curso "Mudanças Climáticas e Adolescentes" voltado para comunidade escolar.
“De forma muito pioneira o Estado do Pará criou o componente curricular de educação ambiental. Antes de vermos essa crise climática que está atingindo o Rio Grande do Sul, nós já tínhamos a visão aqui da importância de formarmos uma geração e olhar para que as crianças e jovens de hoje façam a diferença imediatamente, não essa coisa da geração do futuro, que é sempre um futuro que nunca chega. Então, trazer o componente curricular em parceria com os municípios, inclusive, tem trazido resultados muito importantes, como por exemplo, esse processo de criação de projetos, criação de uma conscientização e de pessoas que mobilizam em favor do meio ambiente, algo que a gente acredita que vai acontecer, estamos nesse primeiro ano de implantação e é fundamental. Para isso, desenvolvemos materiais, formação de professores, entre outras ações fundamentais.”, disse Rossieli Soares, secretário de Estado de Educação do Pará.
O evento contou com a exposição de ações ambientais desenvolvidas nas escolas estaduais a partir do componente curricular de Educação Ambiental, Sustentabilidade e Clima da Seduc. Dentre elas projetos de horta hidropônica, paisagismo, reaproveitamento de água da chuva, racismo ambiental, entre outras. As ações foram realizadas pelas escolas Gregório de Almeida Brito, Avertano Rocha, Cônego Batista Campos, Lauro Sodré, Monsenhor Azevedo, Prof. Jorge Lopes Raposo, Prof. Temístocles de Araújo, Raymundo Martins Vianna e Prof. Francisco da Silva Nunes. O espaço de exposição ainda contou com trabalhos desenvolvidos pela Universidade Federal do Pará (UFPA), Instituto Laboratório da Cidade, Instituto Alachester, Instituto Amazontec e Amor Divino.
O estudante Ruan Pablo, do 6° ano do Ensino Fundamental da Escola Estadual de Tempo Integral Professor Temístocles de Araújo, no bairro da Marambaia, em Belém, participou, ao lado do secretário Rossieli Soares, e demais autoridades, do plantio de uma muda de açaí, um momento simbólico para o Dia Mundial do Meio Ambiente.
Ruan Pablo também integrou o estande da Escola Estadual Temístocles, com o projeto de Horta Hidropônica. "Participar do plantio da muda de açaí junto com o secretário de Educação foi uma grande experiência e, mais ainda, pelo simbolismo que representa para a gente nesse dia tão especial que é o Dia da Educação Ambiental", disse o aluno.
"Essa plantinha pode significar tanta coisa, principalmente que temos que cuidar do nosso ambiente. A matéria de Educação Ambiental é muito interessante e mudou meu pensamento sobre o tema porque agora vejo de forma prática o que é sustentabilidade, como preservar o meio ambiente e no dia a dia a gente tem muitos projetos, atividades, exercícios, por exemplo um exercício onde a gente deveria imaginar o futuro, como seria o nosso futuro, e depois falar todas as degradações e as coisas boas que vieram para o futuro em relação ao meio ambiente e eu acredito que isso é realmente importante", afirmou o estudante da rede pública estadual.
Mostra internacional - Em meio ao intenso debate sobre as mudanças climáticas, a capital paraense, sede da Conferencia das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 30), no ano de 2025, recebe a exposição “Sementes da Esperança e Ação”.
A mostra apresenta maneiras práticas para transformar em realidade os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), conforme proposto pela ONU. A mostra internacional é uma parceria da Secretaria de Estado de Educação do Pará (Seduc) com o Instituto Soka Amazônia, numa realização conjunta da Soka Gakkai Internacional e Carta da Terra Internacional.
A exposição foi apresentada em algumas cidades brasileiras e em diversos países, como México, França, Japão, Índia, entre outros. Ela também foi exibida durante a COP 26, em Glasgow, na Escócia, e suas edições anteriores estiveram também nas Conferências Rio+10 e Rio+20.
“A gente está muito feliz pela oportunidade de estar abrindo essa exposição pela primeira vez em Belém. Essa iniciativa é do Instituto Soka Amazônia e aqui em Belém em parceria com a Seduc. E essa exposição percorreu vários países do mundo, um total de 24 países e já teve mais de um milhão e meio de visitantes. Uma exposição que vai trazer uma mensagem realmente de reflexão sobre o papel do ser humano em relação ao meio ambiente. Estamos muito felizes pela oportunidade e fazemos um convite para todo o público para que todos possam, juntos conosco, criar essa reflexão conjunta”, comentou o doutor Milton Fujiyoshi, vice-presidente do Instituto Soka Amazônia.
A exposição estará aberta para visitação de servidores da sede na Seduc, em Belém, até a próxima sexta-feira (7), das 8h às 17h, Após, ficará disponível para o público geral, no Centro de Formação dos Profissionais da Educação Básica do Estado do Pará (Cefor), na rua Gama Abreu, 256, de 10 a 16 de junho, das 8h às 17h.
Expansão pedagógica - Em parceria com o Unicef, a Seduc lançou dois guias que darão apoio aos professores da rede pública estadual para implementarem práticas de educação ambiental, contribuindo com a alfabetização ambiental e discussão com jovens nas escolas sobre mudanças climáticas, a iniciativa ainda conta com o curso "Mudanças Climáticas e Adolescentes" voltado para comunidade escolar.
O primeiro material é o guia de possibilidades pedagógicas do "Deixa que Eu Conto", fascículo Vozes da Natureza - Amazônia composto por 48 Podcasts da Amazônia, com perguntas, brincadeiras e atividades relacionadas à temática ambiental e climática e é voltado para a educação infantil e anos iniciais do ensino fundamental. As 48 histórias da Amazônia apresentadas nesta nova edição do “Deixa que eu Conto” chega com novas perguntas e atividades para crianças de 0 a 8 anos. O Guia visa promover novas atividades que sirvam de inspiração para que professores de Educação Infantil possam escutar histórias com as crianças e propor experiências em que os bebês e as crianças tenham mais contato com a natureza, com as práticas sensoriais e com o “mundo lá fora’’.
Já o segundo é o guia para mediação do Curso Mudanças Climáticas e Adolescentes, voltado para os anos finais do Ensino Fundamental e Ensino Médio. O guia possui atividades relacionadas ao curso "Mudanças Climáticas e Adolescentes" e visa dar apoio para os professores no desenvolvimento de práticas e ações de educação ambiental junto aos estudantes, consolidando e aprofundando os conteúdos do curso.
“Estamos muito felizes com a parceria com o governo do Estado e em podermos contribuir a pautar esse com a Seduc junto à comunidade escolar. Estamos lançando dois guias hoje. Um voltado para apoiar professores e professoras na temática de alfabetização ambiental, no planejamento de atividades com crianças e outro voltado para as juventudes sobre a compreensão sobre Mudanças Climáticas. Com isso, queremos que crianças, adolescentes e jovens tenham elementos para prevenir e enfrentar os impactos decorrentes das mudanças climáticas, e que possam também atuar como agentes de mudança”, afirma Júlia Ribeiro, oficial de Educação do UNICEF.
O curso "Mudanças Climáticas e Adolescentes" está com inscrições abertas e pode ser acessado aqui. O primeiro guia está disponível aqui e o segundo aqui.
Política de Educação Ambiental - Idealizada pela Seduc, a Política de Educação para o Meio Ambiente, Sustentabilidade e Clima promove a preservação e a coexistência ambiental por meio da educação, principal agente de transformação social. A iniciativa integra as ações do Governo do Estado desenvolvidas para a proteção da Floresta Amazônica, que inclusive servirá de referência para o mundo em 2025 ao sediar a COP 30. Com as ações da Política de Educação, o Estado amplia sua atuação e reforça a importância dos jovens e da educação na manutenção do meio ambiente.
Desde o primeiro dia letivo de 2024 todos os mais de 500 mil estudantes das 898 escolas da rede estadual de ensino contam com o componente curricular de Educação Ambiental, Sustentabilidade e Clima de forma obrigatória para todas as etapas de ensino, ou seja desde o 1º ano do ensino fundamental até a 3 série do ensino médio. A Seduc conta com o apoio de 4 mil professores ministrando o componente e reforça a atuação desses e dos demais professores com formações, a partir da oferta de Formação Continuada, cursos de especialização em Educação Ambiental, entre outras diversas ações realizadas ao longo do ano.
Para além da rede estadual, as redes municipais também podem aderir ao componente curricular. Ao todo, a Política tem um potencial de beneficiar até 1,5 milhão de estudantes da rede pública de ensino, sendo 550 mil, obrigatórios, na rede estadual e, por adesão das redes municipais com 618 mil estudantes dos anos iniciais (1º ao 5º ano) e mais 461 mil dos anos finais (6º ao 9º ano).
Com a fomentação de práticas e do desenvolvimento do pensamento sustentável, a Política Pública de Educação para o Meio Ambiente, Sustentabilidade e Clima é regida por seis eixos temáticos.
1- Instituição do componente curricular obrigatório de Educação Ambiental, Sustentabilidade e Clima, para todas as séries da educação básica;
2- Alfabetização ambiental para 1º e 2º anos do Ensino Fundamental, culminando no plantio de uma árvore a cada estudante alfabetizado;
3- Repasse de recursos para as escolas via programa Dinheiro na Escola Paraense - eixo Sustentabilidade Ambiental;
4- Criação do Centro de Sustentabilidade Ambiental da Educação Básica (Ciseb).
5- Selo sustentável e premiação, de escolas estaduais e municipais, para as melhores práticas de Educação Ambiental;
6- Reflorestando mente: rede global de jovens líderes pela proteção e sustentabilidade da Amazônia.
Pela manhã estiveram presentes, ainda, Dr. Milton Fujiyoshi, vice-presidente, e Luciano Nascimento, diretor presidente do Instituto Soka; Julia Ribeiro, do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF); Nilson Pinto, presidente do Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade (Ideflor-Bio); Joana Rennó, diretora de estratégia e implementação, e Renata Monaco, líder de Implementação do Instituto Ingo; Adalberto Pinheiro Nery, da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa); Luis Felipe Serrao, da Porticus; Maria Ludetana Araújo, da UFPA, entre outros.
O evento segue pela tarde, até às 17h, com a realização de oficinas contação de histórias, acompanhamento pedagógico e práticas pedagógicas de educação ambiental.