Seduc fortalece maior política de educação ambiental do Brasil com ações, projetos e profissionais qualificados

Em 2023, o Governo do Pará, por meio da Seduc, implementou a Política Pública para Educação Ambiental, Sustentabilidade e Clima, a maior iniciativa do Brasil
Para fortalecer o ensino-aprendizagem dos estudantes paraenses, valorizar a comunidade escolar e melhorar a estrutura das escolas, a Secretaria de Estado de Educação (Seduc) trabalha pela qualidade do ensino e para que todos tenham acesso à educação com políticas públicas através de projetos, ações, setores e colaboradores qualificados para alcançar esses bons resultados, como por exemplo, Mauro Tavares, que está a frente da Coordenação de Educação Ambiental da pasta. Há pouco mais de um ano, o Governo do Pará, por meio da Seduc, implementou a Política Pública para Educação Ambiental, Sustentabilidade e Clima, a maior iniciativa do Brasil, que conta, inclusive, com o componente curricular de Educação Ambiental ofertado de forma obrigatória para todas as etapas de ensino da rede estadual paraense.
Licenciado em Biologia pela Universidade Federal do Pará (UFPA), com especialização em Educação Ambiental e mestrado e doutorado na área de Ciência Animal e Ecologia Aquática, Mauro Tavares trabalha com educação há 29 anos. A paixão pela área surgiu ainda na adolescência e só foi aumentando. "Na escola, no ensino fundamental, eu me deparei com algo que talvez tenha sido motivador para a minha área: eu fui fazer parte de um Clube de Ciências, ainda com 13, 14 anos, onde eu fazia produção de trabalhos, apresentava em feiras de ciências, vinculado a UFPA e isso já me encantou, me motivou muito a estar na área das ciências, estudar as ciências, conhecer as ciências. E, após isso, no ensino médio eu me encantei muito pela biologia e a coisa foi afunilando. Quando eu ingressei no ensino superior, no curso de Licenciatura em Biologia, eu logicamente sabia que uma grande área que eu poderia atuar seria a educação, mas o curso de biologia, especificamente aqui na Universidade Federal, te dá a oportunidade de trabalhar muito a questão da pesquisa, da pesquisa como biólogo de campo e tudo mais. Eu sempre gostei de falar, de dialogar e quando, nesse processo meio formativo, me foi dada a oportunidade de trabalhar na Seduc, que foi minha primeira grande experiência como docente, eu era recém formado e percebi que eu estava na profissão que eu gosto. Essa semente do que é ser docente, do que é ser educador, eu diria que não se perde, sempre se renova. Hoje eu me vejo ainda mais motivado em sempre fazer algo diferente, propor, estudar, também reconhecer a necessidade de ajustes, e sempre estar aberto a esse novo, dialogar, discutir, ouvir e assim a gente vai construindo o que a gente imagina que seja o 'ser docente'", conta o coordenador.
Nascido e criado em Belém, Mauro Tavares sempre estudou em escola pública e viu na educação o caminho para mudar a realidade da família. Na docência, o coordenador conta que trabalhar com educação é um desafio prazeroso e que impacta a vida do estudante e do professor. Ao falar do momento mais marcante na carreira como educador, o coordenador relembra algo que aconteceu no começo da trajetória. "Acredito que um momento marcante mesmo tenha sido o meu início na docência, o ingresso na educação através da Seduc onde eu viajei para o oeste do Pará, até Santarém, depois peguei um barco até Monte Alegre, uma condução até a comunidade de Monte Alegre e lá encontrei uma realidade que eu não poderia ficar lá e tive que voltar para Santarém, depois peguei um outro barco para ir até uma comunidade chamada Lago Grande do Curuai, no caminho o barco ficou encalhado por quase 24 horas e nós ficamos lá aguardando todo esse tempo até virem nos resgatar. Depois disso, quando cheguei na comunidade, foi quando eu percebi o valor de um ser professor, porque a comunidade nos recebeu de braços abertos. E essa comunidade não tinha professores e mesmo com as dificuldades que tinha naquela pequena localidade, sem energia e outras coisas, tudo foi recompensado pelo carinho que recebemos da comunidade e dos próprios alunos", recorda.
À frente da Coordenação de Educação Ambiental, Mauro destaca a importância de debater o tema dentro das escolas. "A crise climática e as questões ambientais fazem parte dos nossos territórios e, é muito importante a gente envolver os estudantes nesse processo. As discussões trazidas pela Educação Ambiental certamente vão promover toda essa sensibilização ambiental a partir das problemáticas que eles, de repente, visualizam no seu cotidiano, em uma comunidade ribeirinha, quilombola, indígena, nos centros urbanos, nas periferias urbanas. Por isso, é importante que essa discussão, que nasce dentro do componente de Educação Ambiental, consiga refletir em ações que vão interferir também, logicamente de maneira positiva, no auxílio, na promoção de uma educação climática", pondera.
Ao ser perguntado sobre a trajetória, o professor explica que os desafios, conquistas e projetos continuam valendo a pena. "Trabalhar com educação com certeza, valeu e está valendo muito a pena. Todas as experiências vividas, toda a troca de saberes, tudo tem sido riquíssimo, tanto na minha vida pessoal quanto profissional. As relações pessoais que se estabelecem através dessas experiências também têm sido riquíssimas, eu com certeza faria tudo novamente. Defino esse trabalho na educação em três palavras: gratidão, reconhecimento e mudança. Acredito que são palavras que refletem muito esse papel do professor. Gratidão por tudo que a educação me deu, como conhecimento, experiência de vida e também mudança, principalmente porque eu visualizei muito os alunos que eu tive na educação básica, no ensino fundamental, e depois eu vejo esses meus alunos hoje contratados em universidade e outros lugares. De todos os desafios que enfrentei até hoje, levo o aprendizado na resiliência. Transformar a dificuldade em motivação, não se abater quando algo der errado, mas corrigir, repensar, reavaliar, se reinventar, acredito que isso resume um pouco do que é essa trajetória de ser professor", frisa o educador.
Política de Educação Ambiental - Idealizada pela Seduc, a Política de Educação para o Meio Ambiente, Sustentabilidade e Clima promove a preservação e a coexistência ambiental por meio da educação, principal agente de transformação social. A iniciativa integra as ações do Governo do Estado desenvolvidas para a proteção da Floresta Amazônica, que inclusive servirá de referência para o mundo em 2025 ao sediar a COP 30. Com as ações da Política de Educação, o Estado amplia sua atuação e reforça a importância dos jovens e da educação na manutenção do meio ambiente.
Desde o primeiro dia letivo de 2024 todos os mais de 500 mil estudantes das 898 escolas da rede estadual de ensino contam com o componente curricular de Educação Ambiental, Sustentabilidade e Clima de forma obrigatória para todas as etapas de ensino, ou seja desde o 1º ano do ensino fundamental até a 3 série do ensino médio. A Seduc conta com o apoio de 4 mil professores ministrando o componente e reforça a atuação desses e dos demais professores com formações, a partir da oferta de Formação Continuada, cursos de especialização em Educação Ambiental, entre outras diversas ações realizadas ao longo do ano.