Página inicial do Secretaria do Estado de Educação

“Não se pode falar de educação sem amor”. A frase de um dos maiores educadores do mundo, Paulo Freire, cita o sentimento mais presente na vida dos cerca de 20 mil profissionais da educação pública estadual do Pará. Educadores que precisaram se renovar e usar novos métodos para compartilhar conhecimento nesse momento de pandemia. Muitos já tinham uma rotina diferenciada para educar e mudar a vida dos 575.244 estudantes da rede estadual. Nesta quinta-feira (06) comemora-se o Dia Nacional dos Profissionais da Educação, data instituída em 2018 em reconhecimento ao valor dos trabalhadores que atuam nas escolas do País.

Uma dessas profissionais que faz a educação com amor é a Margareth Bandeira, diretora da Escola Santo Agostinho, em Breves, no Marajó. À frente da escola há 20 anos a profissional diz que pouco fica na sala da direção. “O trabalho do diretor não se limita apenas em ficar sentado atrás de uma mesa, assinando papéis, ele é o gestor da escola, a cabeça que pensa em todos os detalhes para que não só a educação naquele espaço escolar seja de qualidade, mas também o atendimento à comunidade, pais, alunos e funcionários”, explica.
Margareth desenvolveu ao longo dessas duas décadas diversos projetos para os quase dois mil alunos. “Aqui, na Santo Agostinho, temos dança, karatê, treinamentos desportivos, projeto de inicial científica, jardinagem, entre outros. Para alcançar os objetivos estabelecidos contamos com o apoio de uma boa equipe de trabalho, dedicada a fazer a diferença junto com a direção da escola. Se a gestão dispor de uma boa equipe com as designações corretas, o trabalho acontece e tudo o que é programado é desenvolvido com êxito”, reconhece a diretora.

Compromisso com os alunos
Amor à educação é o que move a coordenadora pedagógica da USE 03, Fátima Azevedo. Nesse período de suspensão das aulas a equipe técnica tem realizado um trabalho diferenciado na elaboração de atividades estruturantes e compêndios de atividades que são enviados aos alunos do ensino fundamental menor de 12 escolas dos bairros da Cremação, Batista Campos, Jurunas e Guamá.

Com o apoio da gestora Rosângela Potter, das técnicas Izana Leopoldina e Cláudia Pantoja e dos professores, a USE elaborou videoaulas e cadernos de exercícios para não deixar os alunos sem estudar. “Quando veio a pandemia contatamos as equipes, fizemos grupos de whatsapp e elaboramos os compêndios com o padrão dos cadernos do Educa Pará. A gente passou a lidar com as ferramentas digitais, a usar a criatividade e a aprender a organizar os exercícios. Nossa maior satisfação é saber que não estamos de braços cruzados e que estamos fazendo alguma coisa pelas nossas crianças”, comenta a educadora.

Acompanhar o planejamento pedagógico das escolas e monitorar o ensino é o objetivo dos técnico-pedagógicos, trabalho que dura o ano todo e que tem como objetivo melhorar o índice de desenvolvimento educacional. As realidades socioeconômicas das escolas são diferentes, algumas já conseguiram alavancar o IDEB, outras ainda estão com baixo desempenho. “Percorremos as escolas, monitoramos o projeto político-pedagógico, orientamos e estreitamos os laços com os professores para que o desempenho das nossas escolas melhore a cada ano”, explica Fátima.

Reconhecimento nacional
Já no nordeste paraense, em Bragança, um profissional que também se destaca na educação dos jovens é o professor Beto Amorim. Ele atua na Escola Yolanda Chaves e no Núcleo de Tecnologia Educacional de Bragança à frente do projeto Aluno Repórter. Todo ano são selecionados de 100 a 150 alunos de diferentes escolas para formação de futuros profissionais de rádio, TV e internet. “Durante o projeto fornecemos informações de como produzir reportagens e eles atuam como repórteres em suas escolas. Eles ficam com a missão de divulgar os projetos educacionais nos meios que possuímos, que são a rádio web e dois programas que temos na Rádio Educadora AM e FM”, descreve Beto.

Criado em 2008, o projeto já foi premiado nove vezes, entre conquistas locais e até nacionais. Para enfrentar o período de pandemia Beto diz que precisou se reinventar para dar continuidade às atividades. “Os trabalhos precisaram ser readaptados. Continuamos atuando na produção de conteúdos, como podcasts, e em breve vamos colocar em prática atividades mais avançadas de rádio e TV. Esse ano não teve seleção e por isso estamos em contato com os alunos do ano passado. Muitos já estão até na universidade, mas continuam com essa parceria com a gente para dar continuidade ao projeto”, detalha.

Amor à educação
Quem fala cheia de amor sobre trabalhar com educação é a secretária escolar da “Nuremberg Borja de Brito”, em Belém. Há 36 anos, Maria Auxiliadora de Souza, começou como escrevente datilógrafo e hoje cuida da documentação de 663 alunos da escola do bairro da Terra Firme. Ela diz que depois que começou a trabalhar com educação a vida mudou. “Aqui eu fui incentivada a seguir meus estudos. Me formei em pedagogia. Amo estar no ambiente escolar. Não me vejo fazendo outra coisa”, afirma.

Em período de pandemia e suspensão das aulas a secretária diz que aproveitou para organizar a documentação dos alunos junto com a equipe da secretaria. “Como a escola não fechou, eu e minhas parceiras organizamos as pastas, atualizamos o Censo Escolar, distribuímos os vales dos alunos. Tudo feito nesse período difícil de escola sem aluno”, conta Auxiliadora.

Mesmo em tempo de se aposentar, ela diz que só pensa nisso para o futuro. “Não quero ficar em casa, não. Dá tristeza. Minha neta estuda aqui e meu neto logo, logo vai começar. Mesmo me aposentando eu vou viver vindo aqui”, revela a secretária. 

A secretária de estado de educação, Elieth de Fátima Braga, diz que no dia que se celebra o profissional da educação é momento de agradecer a cada um daquele que busca dar o melhor de si para fortalecer o sistema estadual de ensino. “O Governo do Estado reforça as medidas para fortalecer as ações educacionais e superar as dificuldades impostas pela pandemia. Hoje estamos requalificando as escolas. Já entregamos 34 unidades reformadas e ampliadas e, com certeza, vamos além para de fato os alunos terem educação de qualidade”, detalha. A titular da Seduc finaliza parabenizando os profissionais que fazem a educação do Pará e reconhecendo a importância de cada um. “Eles são a ponta do processo, é a parte que faz com que tudo aconteça. Dentro de um projeto pedagógico estruturado e dentro de toda vivência de sala de aula e da escola”.