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Governo do Pará destaca protagonismo de educadores na formação de cidadãos

17/10/2022 13h40 - Autor: Vinícius Leal (SEDUC) 529 visualizações
Foto: Governo do Pará destaca protagonismo de educadores na formação de cidadãos
Governo do Pará destaca protagonismo de educadores na formação de cidadãos

O trabalho em classes hospitalares e com pessoas em situação de vulnerabilidade social são algumas das atividades desenvolvidas na rede pública estadual de ensino

Ser professor é uma virtude que reúne várias habilidades em uma só: ensinar. Criatividade, empatia e liderança são apenas algumas das múltiplas aptidões que esses profissionais costumam ter. Por essa razão, muitos consideram que ser professor é realmente um dom. Neste sábado (15) – Dia do Professor, o Governo do Pará reverencia e agradece a todos que transformam vidas com a arte de educar.

A professora da rede pública estadual Cirlena Batista leciona há nove anos na Fundação Hospital de Clínicas Gaspar Vianna, em Belém. Durante esse tempo atuando na Classe Hospitalar, ela já transformou a vida de muitos pacientes, como a do lavrador Aldecir dos Anjos Reis, 38 anos. No decorrer da sua internação para tratar uma endocardite, o agricultor do município de Irituia, no nordeste paraense, realizou o sonho de aprender a ler e escrever.

“O Aldecir foi o primeiro aluno que eu atendi na clínica médica, porque dos anos que já trabalho aqui sempre foi com pacientes do 1º andar (crianças). Quando ele me falou: - professora, eu quero aprender a ler -, fiquei muito emocionada e aceitei o desafio. Foi algo novo, porque passar um pouco do conhecimento que a gente tem para uma pessoa sem dúvida é muito gratificante”, afirmou a educadora.

No início, o paciente só conhecia as letras. A professora começou a trabalhar a formação de sílabas e associar isso às imagens. Cirlena contou que desenvolveu algumas estratégias para facilitar a compreensão e estimular a leitura. “Através do dominó das figuras e o bingo das palavras, ele conseguiu fazer a interpretação textual. Hoje, vendo o Aldecir ler mesmo palavras simples, em um período muito curto, é algo recompensador”, contou.

Superação - Aldecir lamentou que só tenha aprendido a ler agora, durante o tratamento de uma doença, mas ele acredita que nada é por acaso. “Segunda-feira retorno para casa com saúde, curado e com uma grande novidade: sabendo ler. Durante esse tempo que estou aqui, o estudo foi importante porque distraiu a mente e deu esperança para continuar lutando pela vida. Hoje, completo dois meses aqui dentro e agradeço à professora Cirlena, que se dedicou a vir aqui me ensinar, assim como a outras pessoas”, ressaltou.

O paciente disse, ainda, que um dos momentos mais emocionantes foi quando um amigo, ao saber que estava aprendendo a ler no hospital, mandou uma mensagem de texto. “É uma felicidade muito grande ter pessoas que apoiam e incentivam a gente a seguir esse processo, que não é fácil. O primeiro livro que li foi ‘O Pato e o Sapo’. Cada palavra que eu lia, era um degrau que eu subia para ter força e chegar aonde eu cheguei”, acrescentou Aldecir.

Protagonismo - Outro grande exemplo de professora é Lilia Melo, que há vários anos desenvolve projetos com estudantes em situação de vulnerabilidade socioeconômica na Região Metropolitana de Belém. A educadora foi destaque em 2018 ao conquistar o Prêmio “Professores do Brasil”, e dois anos depois esteve entre as 50 finalistas do Global Teacher Prize, considerado o prêmio Nobel de educação.

Atualmente, Lília atua nas Usinas da Paz (UsiPaz) do Bengui e da Cabanagem, em Belém, e do Icuí-Guajará, em Ananindeua. Nos Territórios da Paz (TerPaz) do Jurunas e da Terra Firme, coordena o projeto pedagógico “Que Nem Maré”, espécie de capilarização das ações do Projeto “Cine Club TF”, ação que potencializa a arte de jovens da periferia.

“Como educadora, me posiciono e também apresento um projeto de educação antirracista, que reconhece o sujeito enquanto indivíduo que tem uma história, um contexto que é dado e construído especificamente. Esse conjunto de fatores precisa ser respeitado, reconhecido e valorizado dentro dos espaços de aprendizagem, principalmente nos ambientes formais, que são as escolas. Portanto, eu acredito que a importância do professor nesse contexto é dizer a história por outro viés, que não seja eurocêntrico, colonizador, opressor, e que compreenda as relações horizontalizadas, e não verticalizadas”, frisou.

Nesta data, Lilia Melo deixa uma mensagem aos seus colegas educadores, que pode ser resumida em duas palavras: parabéns e gratidão. “Parabéns por assumir uma profissão que é essencial para a construção de uma sociedade justa, para a garantia da diversidade e do respeito. Aos que estão se formando e, futuramente, irão para o mercado de trabalho, digo que é uma profissão que tem seus pesos, tropeços e desencontros, mas que no fim das contas vale muito a pena porque, potencialmente, é o principal, senão o maior instrumento de garantia de uma sociedade melhor para os dias de amanhã”, destacou. 

Valorização - Ao longo de 2022, o Governo do Pará, por meio da Secretaria de Estado de Educação (Seduc), deu continuidade às ações de reajuste salarial e incentivo à categoria. Dentre elas, atualização do piso salarial com base no valor definido nacionalmente; majoração de 66,66% no auxílio alimentação em 2022; concessão de licenças aprimoramento profissional a mestrandos e doutorandos, e a nomeação de todos os candidatos aprovados no concurso C-173.

A titular da Seduc, Elieth de Fátima Braga, frisou o protagonismo dos educadores paraenses, que desempenham com excelência o papel indispensável na formação das pessoas. Ela ressaltou ser fundamental celebrá-los não apenas hoje, mas todos os dias. “Sem a figura deste profissional, não teríamos educação, não haveria avanços. Eles são os principais elementos neste processo de transformação social”, afirmou.

Com o objetivo de aprimorar o trabalho pedagógico desenvolvido pelos professores em todo o Pará, desde 2019 a Seduc oferece diversos cursos de Formação Continuada. A ação é promovida pelo Centro de Formação de Profissionais da Educação Básica do Estado do Pará (Cefor), juntamente com diversas coordenações e instituições parceiras. Até o momento, a iniciativa já envolveu mais de 70 mil educadores das redes municipal, estadual e particular de ensino.

 

Fotos: Divulgação