Página inicial do Secretaria do Estado de Educação

Escolas estaduais do Pará são semifinalistas em prêmio nacional de inovação e ciência

15/08/2025 13h39 - Autor: Fernanda Cavalcante (Ascom Seduc) 6 visualizações
Foto: Escolas estaduais do Pará são semifinalistas em prêmio nacional de inovação e ciência
Foto: Divulgação

Estudantes de Santo Antônio do Tauá e Capitão Poço colocaram o Estado em destaque com projetos que unem protagonismo estudantil, inovação e sustentabilidade

Protagonismo estudantil, inovação e sustentabilidade fazem parte do dia a dia das escolas da rede estadual paraense, e com tanto trabalho e comprometimento, os resultados são notórios. Dessa vez, a rede celebra mais uma conquista: duas escolas estaduais avançaram para a semifinal do Prêmio Liga STEAM 2025, uma das mais prestigiadas competições nacionais de ciência, tecnologia e inovação. Este ano, a competição teve como tema “Educação e Sociobiodiversidade: Culturas Vivas, Comunidades Sustentáveis”, que desafiou os educadores a criarem soluções criativas para equilibrar o desenvolvimento sustentável com o respeito às culturas locais.

Com projetos que combinam sustentabilidade, protagonismo juvenil e tecnologia, os estudantes das escolas de tempo integral Celso Rodrigues, em Santo Antônio do Tauá, na Região de Integração do Guamá; e Padre Vitaliano Maria Vari, em Capitão Poço, Região de Integração do Rio Capim; colocaram o Pará em destaque.

Foto: Divulgação

Desenvolvido por estudantes da 2ª série do ensino médio, o projeto "Horta Pai D’égua: tecnologia e sustentabilidade brotando na escola amazônida”, da Escola Estadual Celso Rodrigues, une engenhosidade técnica e consciência ambiental. Utilizando uma mini turbina eólica feita com sucata, água coletada da condensação de ar-condicionado, e uma placa de arduino (que regula automaticamente a irrigação), a equipe de estudantes, coordenada pelo professor de Física, Fábio Ferreira, desenvolveu um sistema funcional que combate o desperdício e estimula a produção sustentável dentro da escola. 

"O que vemos é a transição da conscientização para a ação concreta. No ano passado, identificamos o problema; este ano, estamos construindo e documentando uma solução replicável", contou o professor Fábio Jorge. "O protagonismo é total dos alunos. Eles não estão apenas aprendendo Física, Química ou Biologia, estão se tornando engenheiros, designers de sistemas e comunicadores da própria ciência que produzem. É uma transformação na forma de aprender e de se ver no mundo”, completou.

Foto: Divulgação

Mais que um trabalho escolar, a "Horta Pai D'égua" funciona como um protótipo replicável, e será um dos destaques do plano de comunicação da equipe: um manual simplificado, voltado a outras escolas da rede pública, está em desenvolvimento. Como explica o professor.

“A ambição da equipe, no entanto, transcende o prêmio. O plano de comunicação do projeto inclui a criação de um "Manual Simplificado de 'Como Fazer', com o objetivo de disseminar a tecnologia para outras escolas. A 'Horta Pai D'égua' (uma expressão local para algo fantástico), cumpre sua promessa: não busca ser apenas uma ilha de excelência, mas uma semente de inovação, pronta para ser plantada em toda a Amazônia e além. É a nova bioeconomia nascendo, não em um laboratório de pesquisa de ponta, mas no pátio de uma escola pública”, ressaltou o professor Fábio Jorge.

Outro destaque na semifinal do Prêmio Liga STEAM 2025 é o projeto “EcoPV: cultivando o futuro por meio da sustentabilidade escolar”, desenvolvido por alunos da 3ª série do ensino médio da Escola Estadual Padre Vitaliano Maria Vari, em Capitão Poço. 

Sob a coordenação do professor de Física e Educação Ambiental, Heitor Wilker, a iniciativa surgiu a partir das aulas de Educação Ambiental, que utilizaram a abordagem STEAM — metodologia que busca solucionar problemas reais da comunidade integrando várias disciplinas como Química, Física, Biologia, Matemática e engenharia. 

Foto: Divulgação

A princípio, os estudantes começaram desenvolvendo um diagnóstico do ambiente escolar e dos desafios locais, como as queimadas durante a estiagem e as inundações no inverno amazônico. Segundo o professor responsável, a partir dessa escuta ativa, os estudantes propuseram diversas ações, dentre elas a criação de uma horta escolar que pudesse servir como exemplo de sustentabilidade, além de colaborar com o abastecimento da merenda escolar. Divididos em grupos, os jovens passaram pelo processo de ideação para transformar ideias em soluções práticas.

“O EcoPV reforça a importância do protagonismo juvenil e da interdisciplinaridade no enfrentamento dos desafios ambientais locais, mostrando que a inovação pode brotar da experiência cotidiana. Diante da pesquisa feita, desses problemas apresentados, eu indaguei os alunos, que é um dos passos da abordagem STEAM, sobre como a gente poderia fazer para minimizar esses problemas ambientais na escola e ser um exemplo de sustentabilidade para os demais alunos e para a comunidade ao redor. E aí, durante esse processo de escuta dos alunos apresentaram diversas possibilidades, campanhas, produção de vídeos, realização de oficinas”, explicou o professor Heitor Wilker.

Para a estudante Bianca Moraes, que faz parte do projeto, o resultado é gratificante. “É uma grande honra saber que, dentre mais de 500 projetos inscritos, somos semifinalistas. É um feito importante para nossa escola e para a nossa cidade. Espero que com isso a gente consiga inspirar as futuras gerações de alunos, não só da nossa escola, mas de todas daqui da região, para que no futuro a gente consiga trazer mais atenção para esse assunto”, comentou.

Já para a estudante Rita Aguiar, o componente curricular de Educação Ambiental faz total diferença e proporciona um novo olhar para o papel dos estudantes em ações e debates sobre sustentabilidade. “A Educação Ambiental é uma forma de aprender sobre o meio ambiente no geral, como cuidar da natureza, a questão das queimadas, como prevenir, o que fazer. Não aborda apenas horta, mas as questões climáticas no geral e isso é muito importante”, destacou.

Próximas etapas - Após a entrega dos relatórios de implementação dos projetos nas escolas e envio dos registros audiovisuais, os projetos passarão por uma avaliação para escolha dos 10 finalistas de cada categoria. A lista dos finalistas será divulgada no dia 15 de outubro. A apresentação e premiação dos projetos vencedores será no dia 3 de novembro.

O prêmio - O Prêmio Nacional Liga STEAM é uma iniciativa da Fundação ArcelorMittal, com consultoria técnica da Tríade Educacional, que reconhece e valoriza a implementação da abordagem STEAM (Ciências, Tecnologia, Engenharia, Artes e Matemática) nas escolas públicas brasileiras. Lançado em 2022, o objetivo é incentivar o desenvolvimento de projetos STEAM em sala de aula, permitindo que professores e estudantes criem possíveis soluções sobre temas relevantes para a sociedade, com foco na sustentabilidade e educação ambiental.