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Escolas adotam ensino técnico e atraem alunos para a sala de aula

10/01/2020 17h04 - Autor: Wavá Bandeira (Ascom/Seduc) 5215 visualizações
Foto: Escolas adotam ensino técnico e atraem alunos para a sala de aula
Escolas adotam ensino técnico | Fotógrafo: Eliseu Dias

O mercado atual busca profissional que traga na bagagem não apenas a teoria, mas também a prática. Com o objetivo de oportunizar aos estudantes maiores capacitação e competitividade no mercado de trabalho, a Seduc tem ampliado a oferta de ensino profissionalizante nas escolas do estado. A gratuidade dos cursos favorece o acesso do público que busca oportunidade para adquirir conhecimento sem custo. É o que acontece com as EETEPAs “Presidente Costa e Silva”, em Belém, e “Tancredo Neves”, em Ananindeua.

Localizada no bairro do Souza, a Escola Presidente Costa e Silva, tem mais de 1.100 alunos matriculados nos três turnos, cerca de 600 são da área técnica. A unidade já oferecia o ensino regular e Projeto Mundiar, e a partir de 2019 passou a ofertar, também, os cursos técnicos de Administração e Segurança do Trabalho. Em 2020 a escola tambpem vai ofertar o curso de Informática. “Aqui, a demanda é muito grande, tanto no Proeja, no subsequente e nos cursos técnicos. Esses cursos estão em alta e logo que abre o edital, temos que fazer uma força tarefa para atender a todos da comunidade”, explica a diretora Lúcia Tróccoli.

Cleisiane Costa Pinheiro, coordenadora de integração dos cursos técnicos, ressalta que os cursos abrem portas para o mercado de trabalho e que alguns alunos, inclusive, já estão estagiando. A demanda é diversificada com alunos de todos os perfis. Há os mais jovens que estão em busca de um curso técnico, e os que já participam do mercado há bastante tempo, e querem ingressar novamente. A evasão dos cursos técnicos é quase nula e no caso da Costa e Silva, a decisão da Seduc em implantar a EETEPA garantiu o funcionamento do turno da noite, que estava esvaziado pela falta de alunos. “Aqui, temos pessoas com formação em vários cursos superiores, procurando o curso técnico para estarem aptas à demanda de empregos”, diz a coordenadora do Curso Técnico de Administração, Indira Palheta.


Planejando o Futuro

Tatiana Alves dos Santos, de 45 anos, é do Curso Técnico de Administração. A estudante optou pelo ensino técnico quando fazia o curso de Bacharelado em Administração, mas trancou a matrícula no 7º semestre. “O mercado evolui muito rápido e temos que acompanhar. As oportunidades surgem, mas elas necessitam de pessoas capacitadas tecnicamente, que é o mais imediato, mais específico. Por isso, optei pelo curso técnico, que me dá uma chance maior”, garante. Depois de Tatiana, a filha de 14 anos também decidiu se matricular no curso técnico de outra EETEPA. “Ela, com nível médio e o curso técnico concluído, terá mais de 80% de chances no mercado de trabalho, com certeza”, afirma.

Michele Santana, terminou o ensino médio na Escola Costa e Silva e faz o curso técnico em Administração “Já trabalhei na parte administrativa de uma empresa e vi que era o que eu queria. O curso melhorou meu desempenho. Vou fazer concurso público e tendo o curso técnico concluído, a possibilidade em passar é muito maior, já que a concorrência é bem alta e vou estar qualificada para ser classificada”, destaca.

EETEPA TANCREDO NEVES

A Escola Tancredo Neves, localizada no bairro da Guanabara, em Ananindeua, vive momentos de reforma e readaptação com as recentes mudanças promovidas pela Seduc na unidade. A escola passava por momentos difíceis em 2019 pela falta de alunos e por pouco não fechou as portas. Com a decisão da Secretaria de implantar o ensino técnico e salvar o seu funcionamento, a comunidade e os funcionários se mobilizaram e conseguiram formar turmas no turno da noite para o ensino técnico e duas turmas do fundamental pela manhã. Este ano a escola passou a ser chamada de EETEPA Tancredo Neves, funcionando somente com os cursos técnicos.

A diretora Kemila Lopes, é ex-estudante da unidade e se emociona ao falar da escola. “Fico emocionada porque assumi a missão de resgatar o nome da Tancredo Neves”, comenta. A escola vai ter turma do 1º ano técnico integrado aos cursos de administração e de informática e ainda está com matrículas abertas, já fechando as duas turmas. No turno da noite, são duas turmas nos cursos técnicos de administração e curso técnico em Secretaria Escolar, além do Proeja. “Com muita luta, estamos com 6 turmas no total e estamos esperando o edital da Secretaria para termos novas turmas com mais alunos matriculados”, explicou a diretora.

Luiz Alberto Souza Araújo, professor da EETEPA no curso Técnico de Administração, nunca havia trabalhado no serviço público e tudo era novidade. “A minha grande surpresa foi que encontrei aqui, profissionais engajados, comprometidos com a educação, principalmente a fim de levantar a escola. Estamos de mãos dadas fazendo todo esse movimento, trazendo a comunidade para dentro da escola e percebo que a Tancredo Neves está voltando aos poucos a ser o que era antes, uma referência no nosso bairro”, relata.
A EETEPA é uma novidade no bairro. Andréia Barbosa, de 44 anos, fica emocionada ao falar do Curso Técnico de Secretaria Escolar. “Eu estava há um tempo parada, ouvi sobre a abertura das matrículas e convidei também minha filha Taís Barbosa para se matricular. Pra nós foi uma benção isso que aconteceu, de voltarmos a estudar. Aqui tinha muitas pessoas paradas em casa sem fazer nada. Pro nosso bairro está sendo uma grande realização”, comenta a moradora.

Revitalização
Com o movimento de levar ensino profissionalizante à escola a Seduc começou a fazer manutenção de pintura, recuperação das redes elétrica e hidráulica, forro, telhado, piso, implantação de duas salas de aula para funcionamento dos laboratórios de informática e multidisciplinar, revitalização da quadra da escola, sala do professor, salas de aula e banheiros. A obra deve estar pronta até o dia 3 de fevereiro, quando inicia o ano letivo de 2020. Até lá, a comunidade escolar continua mobilizando os moradores por meio das redes sociais, com faixas, divulgação na rádio do bairro, e de porta em porta, levando panfleto e cartazes.

Além dos cursos profissionalizantes, a escola oferece cursos de Formação Inicial e Continuada (Fic), nas áreas de relações interpessoais e redes de contato; postura e imagem profissional; aprender a empreender, empreendedorismo e inovação e relações humanas no trabalho e ferramentas e tecnologia digitais. No final deste mês acontecerá a certificação para dezenas de alunos que concluíram os cursos no ano passado.


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