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Pará abre as portas da educação para jovens e adultos

28/03/2023 10h34 - Autor: Carol Menezes (SECOM) 2934 visualizações
Foto: Pará abre as portas da educação para jovens e adultos
Pará abre as portas da educação para jovens e adultos

Escola estadual acolhe e diminui dificuldades para pessoas que querem concluir o ensino médio por meio da EJA

Informações do Censo Escolar 2022 atestam que no Brasil há 900 mil pessoas com mais de 40 anos nas escolas em busca de alfabetização. Muitos enfrentam dificuldades e sofrem preconceitos por estudarem “tardiamente”. Recentemente, um caso ganhou repercussão, quando calouras de uma universidade debocharam de uma colega de turma por ela ter 40 anos, gerando indignação. Esse tipo de preconceito contra pessoas mais velhas é chamado de “etarismo”.

O Pará está indo na contramão do preconceito e diminuindo as dificuldades para pessoas adultas que querem terminar o ensino médio por meio da Educação de Jovens e Adultos (EJA).

 

Na Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Marechal Cordeiro de Farias, entregue pelo Governo do Pará em 2021, o turno da noite recebe alunos regularmente matriculados na EJA. Um deles é Ueslei Guedes, 20 anos, que cursa o 3º ano do ensino médio.

O jovem conta que parou de estudar por dois anos. Sua mãe orientou que ele buscasse a Escola Cordeiro de Farias, onde ela mesma já havia estudado. "Souberam acolher. É um pouco difícil no começo, mas depois dá tudo certo. Entrei aqui há três anos, e quando terminar quero fazer o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), mas ainda não sei que curso quero fazer", informa Uesley, que faz estágio na Fundação de Atendimento Socioeducativo do Pará (Fasepa). "Todos aqui são muito atenciosos. Vale a pena. Os professores são bem legais, explicam bem", diz o aluno.

A manicure Maria Eliene Vieira da Silva, 48 anos, cursa o 8º e 9º ano depois de um período de 25 anos longe das salas de aula. O sonho é ingressar em uma faculdade e ser aprovada em concurso público. "Buscar conhecimento é muito bom. Casei muito jovem. A volta é um pouco difícil, porque hoje a escola é totalmente diferente do que era quando eu parei. Mas os professores são muito parceiros, dizem pra gente não desistir. E não é fácil. Eu tenho emprego, tomo conta de casa e estudo à noite. Minha vida é bem corrida. Mas nunca é tarde. A gente tem que buscar. Eu tenho que determinar o que quero, e vou conseguir", garante.

Encontro de gerações - Segundo Henrique Soares, vice-diretor da unidade educacional, o EJA hoje vive um processo de "juvenização", acolhendo não só adultos e idosos, mas jovens fora da faixa etária do ensino regular.

O gestor ressalta que é muito comum ter alunos como Ueslei e Maria Eliene por vezes na mesma sala, e que por isso o "choque de gerações" também é previsto e trabalhado dentro do planejamento pedagógico da EJA. "Esses jovens estão em maior número aqui na escola hoje, mas também atendemos senhores e senhoras que vêm com todo o gosto para estudar. A gente faz tudo para manter o entusiasmo deles pelos estudos", relata.

O número de alunos da Educação Para Jovens e Adultos vem aumentando nos últimos anos: saltou de 728.429, em 2012, para 900.222, em 2022, segundo o Censo Escolar, divulgado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).